segunda-feira, 18 de abril de 2011

O que são células estaminais?

As células estaminais são conhecidas como as células “mãe” ou células “mestras” pelo facto de serem células indiferenciadas, não especializadas, e que podem originar qualquer tipo de célula de um organismo.


As células estaminais são importantes visto que:
·        Têm capacidade de auto-renovação: podem renovar-se quase indefinidamente (proliferação);
·       Têm capacidade de diferenciação: diferenciam-se em células com características e funções especializadas;
·         São Indiferenciadas: podendo depois dar origem a células especializadas;
·         Têm um enorme potencial para tratar diversas doenças.

A sua principal função é a de reparar e renovar os tecidos que vão sendo lesados, substituindo as células que morreram por outras novas, conseguindo deste modo manter o nosso organismo saudável.



Doenças tratáveis com Células Estaminais

Para algumas doenças, as células estaminais são a única forma de tratamento possível. Para outras doenças, só são utilizadas quando os outros tratamentos disponíveis falham.

Tipos de doenças tratáveis:

·        Leucemias: como por exemplo, a Leucemia Aguda Mielogénica e a Leucemia Crónica Mielogénica;
·        Anemias: como por exemplo, Anemia Refractária;
·         Linfomas: Doença de Hodgkin refractária e Linfoma Não-Hodgkin;
·        Anomalias Hereditárias dos Eritrócitos: como por exemplo, anemia aplástica adquirida, anemia de Fanconi e anemia de células falciformes.
·         Cancros na Medula Óssea: como por exemplo, o mielona múltiplo.

Doenças com tratamento em Fase Experimental

Encontra-se ainda em fase experimental o estudo de tratamento das seguintes doenças com células estaminais:
  • Osteoporose;
  • Parkinson;
  • Alzheimer;
  • Lesões da medula espinal;
  • Cancro da mama;
  • Cancro da próstata;
  • Neuroblastoma;                                           
  • Doença de Chron;                                                                             
  •  Esclerose múltipla;
  •  Diabetes;
  • Lesões na córnea;
  • Doenças cardíacas.

Condições para que o uso de células estaminais em transplante seja eficaz

·         Existir compatibilidade entre o dador e o receptor (de preferência o dador e o receptor serem o mesmo indivíduo).

·        A quantidade de células estaminais recolhida ser suficiente para a sua futura utilização.

·        As condições de recolha e de preservação serem ideais.

Bancos de Células Estaminais

Existem em Portugal um banco público de células estaminais (Lusocord) sediado no Instituto de Histocompatibilidade do Norte e alguns bancos privados, dos quais o mais conceituado é o da Crioestaminal. Estes bancos fornecem Kits de recolha de sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos e garantem a criopreservação das células estaminais nele existentes.

 Criado em 2009, todo o processo da criopreservação é gratuito (incluindo o Kit de recolha) e o sangue do cordão doado pode ser utilizado por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.
Para recolher o sangue do cordão do seu bebé a grávida tem que contactar a Lusocord por volta das 37 semanas de gestação a fim de ficar elucidada de todos os procedimentos a efectuar.
Um ano após a sua criação o banco público já possuía 1400 dádivas de sangue.
Actualmente, entre 15 a 20 por cento das amostras recolhidas estão a ser usadas para a investigação, sobretudo na medicina regenerativa.

Criado em 2003, é o único laboratório privado de criopreservação de células estaminais em Portugal acreditado pela Associação Americana de Bancos de Sangue (AABB). Contrariamente ao banco público, todos os procedimentos da criopreservação (incluindo Kit de recolha) são pagos. O argumento utilizado por este banco é que as células estaminais recolhidas são destinadas ao próprio ou à sua família.